O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), apresentou ontem o relatório final do acidente que provocou a queda de 26 metros da ciclovia Tim Maia, em abril deste ano. Paes afirmou que as reformas e ajustes na ciclovia ficarão prontos em agosto, no entanto, não conseguiu prever se a obra estará finalizada até as Olimpíadas, que se iniciam no dia 5. O desabamento provocou a morte de duas pessoas: o gari João Ricardo Tinoco e o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque.
De acordo com o relatório, o rompimento do trecho conhecido como Gruta da Imprensa se deu devido ao dimensionamento da viga (tabuleiro), que não estava com o peso adequado para suportar o impacto da onda. Um outro diagnóstico, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), em maio deste ano, indicou que a obra foi projetada para suportar um impacto de meia tonelada. A onda que derrubou o trecho impôs, segundo cálculos do órgão, um peso de aproximadamente 3 toneladas. De acordo com a equipe de peritos, para suportar tal impacto, a resistência da ponte deveria ser 12 vezes maior.
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Reformas
O prefeito declarou que a reconstrução está ocorrendo. A obra é executada pelo mesmo consórcio que construiu a ciclovia, a empresa Contemat/Concrejato. Após a tragédia, foram levantadas informações de que o consórcio pertence à família do secretário de Turismo do Rio, Antonio Pedro Viegas, bastante ligado a Paes. Sobre as relações da empresa com o secretário e o prefeito, a Contemat/Concrejato esclareceu, em nota, ter vencido a licitação pública para o consórcio em processo acompanhado pelos órgãos fiscalizadores da cidade e ter executado todos os requisitos que licitação.
A obra faria parte do legado de obras que os jogos olímpicos deixariam na paisagem carioca. Morador do Rio, o engenheiro civil Daniel Cardoso afirma que, após o ocorrido, a ciclovia causa receio aos usuários, mas que vê as reformas com otimismo “Agora os efeitos das ondas estão sendo considerados adequadamente, com os cenários mais desfavoráveis. Com todas essas medidas, acredito que a população se acostume com a ideia e perca esse receio”, afirmou. Os reparos foram orçados em R$ 500 milhões, porém, o prefeito garantiu que as obras não terão ônus adicionais aos cofres municipais.
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