Após receber a notificação das mãos do senador Vicentinho Alves (PR-TO), a presidente afastada Dilma Rousseff (PF) fez uma declaração à imprensa, no Palácio do Planalto, nesta manhã de quinta-feira (12/5), acompanhadas por ministros, deputados e senadores apoiadores da petista. Na chegada, ela foi aplaudida e ovacionada aos gritos de “Dilma guerreira da Pátria Brasileira”. Aparentemente abatida, ela voltou a falar que sofreu um “golpe” e voltou a dizer ser “inocente” pelo crime de responsabilidade fiscal.
Dilma se disse vítima de uma farsa jurídica e que em nenhum momento se deixou ser chantageada. “Meu governo tem sido alvo de intensa e incessante sabotagem. (...)Meus acusadores sequer conseguem dizer qual ato por mim foi praticado”. Ela também afirmou que o “golpe” do qual é vítima não visa apenas sua destituição. “Ao destituir o meu governo querem destituir o programa escolhido pela população por meio dos 54 milhões de votos”, alegou. “O que esta em jogo não é apenas o mandato, mas o respeito às urnas. O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos”.
"Eu fui eleita presidente por 54 milhões de brasileiros e é nesta condição ,na condição de presidente eleita, que eu me dirijo a vocês neste momento decisivo, para a democracia e para nosso futuro como nação. O que está em jogo não é o meu mandato, é o respeito às urnas , à vontade soberana do povo e à Constituição. O que está em jogo, são as conquistas dos últimos 13 anos, os ganhos das pessoas mais pobres e da classe media, os jovens chegando às universidades, a evolução do salário mínimo, a realização do sonho da casa própria. O que está em jogo é também a grande descoberta do Pré-sal, o futuro do país, a esperança de avançar sempre mais", disse Dilma.
"Como presidente, nunca aceitei chantagem de qualquer natureza.Posso ter cometido erros ,mas nao cometi crimes. Estou sendo jugalda por ter cometido tudo que a lei me permitia fazer, pratiquei atos corretos e necessários. Atos de governo idênticos foram executados por presidentes que me antecederam. Não era crime na época deles e também não é crime agora.
"O maior risco para o país neste momento,é ser dirigido por um governo sem voto direto da população. Um governo que não terá a legitimidade pra implementar soluções do país.Um governo que nasce de um golpe de uma espécie de eleiçõa indireta,que será a grande razão para a continuidade da crise política em nosso país.
"O destino sempre me reservou muitos desafios, mas eu consegui vencê-los. Eu já sofri a dor da tortura, a dor da doença e agora eu sofro mais uma vez a dor,igualmente inominável, da injustiça. O que mais dói neste momento é perceber que estou sendo vitima de uma farsa jurídica e política. Mas, olho para trás e vejo o que fizemos e olho pra frente e vejo tudo que ainda precisamos fazer".
"Posso olhar pra mim mesma e ver uma face de alguém que mesmo marcada pelo tempo,tem força pra defender suas ideias e seus direitos. Aprendi a confiar na capacidade de luta do nosso povo. Confesso que nunca imaginei que seria necessário lutar de novo contra um golpe em meu país. Nossa democaria,feita de luta e de morte, não merece isso. Nos últimos meses, nosso povo foi às ruas por mais direitos e avanços e, por isso, tenho certeza que a população sabera dizer não ao golpe."
"Aos brasileiros que opõem ao golpe, mantenham-se mobilizados, unidos e em paz! A luta pela democracia não tem data para terminar. É luta permanente que exige dedicação constante. A luta contra o golpe é longa e pode ser vencida, e nósvamos vencer".
"Esta vitória depende de todos nós. Vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país. Eu sei que a história é feita de luta. A democracia é o lado certo da história. Jamais vou desistir de lutar."
Multidão
Momentos antes do discurso, a presidente foi notificada pelo 1º secretário, Vicentinho Alves (PR-TO), sobre o seu afastamento da presidência por até 180 dias. Mais cedo, ela publicou um texto no Facebook com o título "É golpe", afirmando que o Senado aprovou o seu impeachment sem conseguir "apontar o crime cometido".
A aprovação da admissibilidade do impeachment, que afasta Dilma do cargo por até 180 dias, ocorreu após mais de 20 horas de debate. Foram 55 votos a favor e 22 contra. Não houve nenhuma abstenção.
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